quarta-feira, 27 de abril de 2011

Viagens no tempo.

Em boa hora tirei esta foto, numa das minhas caminhadas de noite.
Faz-nos viajar no tempo de certa forma.

Espero que gostem tanto dela como eu.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Fim de Tarde.

Hoje apeteceu-me pegar na moto e ir por ai tirar umas fotos, é certo que o que aqui vão ver é só de uma casa em particular, apeteceu-me

Resta dizer que a máquina não vale grande coisa mas ainda assim fez um trabalho decente.











segunda-feira, 25 de abril de 2011

Para que nunca se esqueça a história tem sempre dois lados.

ASSASSINADOS

1. António Lage, (servente). Trabalhava na sede da PIDE/DGS em Lisboa, na messe. Foi
assassinado no dia 25 de Abril, com um tiro nas costas, quando ignorando a situação se
deslocava a casa. Este foi o primeiro crime feito pelos abrilistas no próprio dia 25. Não
permitiram que fosse socorrido pelos bombeiros de Campo de Ourique que ocorreram ao
local. Os jornais escreveram sobre esta morte.

2. Lima Trindade (chefe de brigada), morreu num hospital, para onde tardiamente foi
transferido nas últimas horas que lhe restavam de vida. A falta de assistência médica
aconteceu na cadeia de Pinheiro da Cruz em Grândola, sendo os presos de delito comum
que prestavam serviço na enfermaria da cadeia, que informaram que lhe faltaram os
cuidados médicos necessários, garantindo que só mesmo quando a situação era extremamente
grave, é que o transportaram para o hospital.

3. Cândido Pires (subinspector). Morreu devido a torturas a que foi sujeito na cadeia de
Caxias. Tortura psicológica e simulações de fuzilamento ocasionaram a morte.

4. Naia, (chefe de brigada) que devido aos maus tratos sofridos na cadeia de Caxias veio a
morrer pouco tempo após ter sido solto.

5. Guarda Prisional de Moçambique (de raça preta que tinha a alcunha de “Comboio”).
Estava doente, julgo que por nostalgia. Foi conduzido ao Hospital e lá morreu. Consta,
que no hospital foi colocado numa maca até que morreu sem assistência médica.

6. Civil que estava na cela 13 em Caxias e lá se enforcou. Eu estava na cela ao lado. Sem
o ver, cheguei a falar-lhe pelas grades da janela. O indivíduo dizia não saber porque
estava preso. Vi por uma greta da porta da minha cela, passar a maca como corpo.
(Nunca cheguei a saber quem era).

7. Fernando Gonçalves. Morreu na Cadeia Penitenciaria de Lisboa por falta de assistência
médica que foi vária vezes solicitada por outros colegas presos. Esta morte deu lugar à
conhecida “Revolta dos Pides na Penitenciária”, que tomaram o controlo total da cadeia.
Alguns chegaram a vir à rua matar saudades e beber uma “bica”, mas ninguém fugiu.
Na época, mandava na Comissão de extinção da PIDE/DGS, o general Galvão de Melo
que recebeu uma comissão de representantes dos presos.

8. Leitão Bernardino (Director de Serviços) que morreu na prisão hospital de Caxias por
falta de assistência médica que foi insistentemente pedida pelos colegas de cela em
Caxias. Sem possibilidade de o socorrer, a sua morte foi presenciada por outro colega
(chefe de brigada) que estava na cama ao lado.

9. José Pereira, (agente) que trabalhou no Aeroporto de Lisboa e que mandaram para
casa para não se poder dizer que morreu na cadeia. Sistema usado após torturas que
punham em risco a vida dos interrogados e na previsão que iriam morrer.

10. Henrique de Sá e Seixas, (inspector), que estava a morrer em resultado das torturas
a que foi sujeito na cadeia de Caxias, foi enviado para casa para morrer, salvo erro no
dia seguinte. A esposa que era cega, foi atormentada por indivíduos que iam a casa dela
e a agrediam, pressionando-a a convencer o marido a “alinhar” nos interrogatórios a que
o sujeitavam em Caxias. A senhora morreu dias antes do marido chegar a casa.


11. Nota: Estas informações foram-me relatadas por um amigo, funcionário da PIDE/DGS,
que esteve preso nos locais referidos vivendo as situações relatadas.

 Artur Silva -- Santarém


Obs: Retirado do site http://www.oliveirasalazar.org