quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Happy Yule!!!


Solstício de Inverno

O Inverno

Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.
Vem de sobretudo,
Vem de cachecol,
O chão onde passa
Parece um lençol.
Esqueceu as luvas
Perto do fogão:
Quando as procurou,
Roubara-as um cão.
Com medo do frio
Encosta-se a nós:
Dai-lhe café quente
Senão perde a voz.
Velho, velho, velho.

 Chegou o Inverno.


Eugénio de Andrade

Desvendado o mistério da origem de Stonehenge

Uma equipa de investigadores afirma conhecer a origem exacta de algumas das pedras de Stonehenge, um monumento megalítico da Idade do Bronze, localizado perto de Amesbury, em Wiltshire, na Inglaterra.
Durante muito tempo suspeitou-se que as rochas eram oriundas das colinas de Preseli. Agora uma investigação do Museu Nacional do País de Gales e da Universidade de Leicester, revela que as pedras são de uma zona localizada a 70 metros do Craig-y-Felin Rhos, perto de Pont Saeson, no norte do condado de Gales.
O director do museu, Richard Bevin, acredita que esta descoberta vai ajudar a perceber como foram deslocadas as pedras até Wiltshire. Durante 9 meses Bevin e Rob Ixer, do centro de Leicester, recolheram e identificaram amostras de rochas em Pembrokeshire, situado na costa do País de Gales, na tentativa de perceber a origem das pedras que edificam o monumento que é Património Mundial da Humanidade. Aalisando o conteúdo mineral e a textura das rochas descobriram que 99% das amostras se assemelhavam às rochas de Pembrokeshire.
São rochas vulcânicas, riolitos, que, segundo ambos especialistas diferem dos outros afloramentos do sul do País de Gales e que se encontram exclusivamente numas centenas de metros quadrados. Depois de conhecida a origem, os arqueólogos terão de descobrir como vieram as pedras de Pembrokeshire para Stonehenge. Durante muito tempo, os especialistas questionaram-se sobre o transporte utilizado entre os 3.000 anos e 1.600 a.c.. Pensava-se que grandes lajes tivessem sido movidos em balsas através do rio Avon e do Canal de Bristol. O problema é que Pont Saeson está a norte de Preseli, a alguma distância desses corpos de água, o que complica essa hipótese. Uma alternativa é que tenha sido a própria natureza a mover as pedras de Stonehenge através de um glaciar da Idade do Gelo, mas como não há outras rochas com a mesma proveniência nessa parte do País de Gales essa opção também é pouco provável.
No ano 2000 realizou-se um teste movendo uma pedra gigante de Gales para Salisbury por terra e mar, uma viagem de 714 quilómetros, usando apenas a força muscular e as técnicas dos seres humanos de há 5.000. A pedra acabou enterrada no estuário de Milford Haven.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Polo Sul: a grande aventura de Scott e Amundsen tem 100 anos

Há 100 anos, o norueguês Roald Amundsen escreveu uma página hoje lendária na história da exploração polar, ao ganhar a corrida ao Polo Sul, pondo fim a um duelo épico e mortal com o britânico Robert Falcon Scott. No dia 14 de Dezembro de 1911, em vésperas da Primeira Guerra Mundial, num período marcado pelo auge dos nacionalismos, Amundsen foi o primeiro a fincar uma bandeira, junto com os quatro companheiros de equipa, no ponto mais austral do mundo.
Foi a vitória do escandinavo pragmático sobre o oficial da marinha inglesa. Ambos sonhavam com conquistas: o norueguês cobiçava o Norte, e o inglês, o Sul. "Não conheço nenhum homem que tenha estado um dia num lugar tão diametralmente oposto ao seu objecto de desejo como eu estava naquele momento", escreveu Amundsen sobre a sua façanha. De facto, foram as circunstâncias que o levaram à Antárctida.

Scott e Amundsen: um objectivo, duas estratégias
Em plenos preparativos para se dirigir ao Polo Norte, Amundsen soube que os americanos Robert Peary e Frederick Cook haviam anunciado, cada um por sua vez, terem conquistado o Norte. Eram informações e declarações muito controversas, mas convenceram-no a buscar um outro horizonte. Em Agosto de 1910, dirigiu-se ao sul às escondidas. Foi só em Outubro que Scott leu um telegrama, na Austrália: "Tomo a liberdade de informá-lo de que Fram dirige-se à Antárctida. Amundsen". O "Fram" era o veleiro da expedição.
 Os britânicos, que fizeram da conquista do Polo uma questão de honra, sentiram-se desafiados. A corrida tinha começado... As duas expedições chegaram à ilha-continente em janeiro. Nos primeiros meses, dedicaram-se a testar o material e a montar depósitos de víveres ao longo das rotas previstas. Uma vez passado o inverno austral, com a sua escuridão e as temperaturas glaciais, Amundsen, que levantara acampamento para mais perto do Polo, foi o primeiro a lançar-se à aventura, no dia 20 de Outubro.
Ao observar detalhadamente os esquimós, durante a sua histórica travessia da Passagem Noroeste (1903-1906), Amundsen tinha tirado valiosas lições, como a importância dos cães puxadores de trenó e a superioridade da pele de rena em relação às roupas de lã. Para melhorar a mobilidade, os trenós tornaram-se, metodicamente, mais leves e os esquis - uma prática na qual os noruegueses são mestres - foram bem polidos. Além de serem velozes, os cães são também comestíveis: dos 52 animais que partiram, muitos foram sacrificados e comidos.

Na equipa adversária, os ingleses levavam "artilharia pesada", muito pesada: além dos cães, tinham dois trenós motorizados que avariaram logo, assim como póneis inadequados, que acabaram por morrer. Depois de partir, no dia 1 de Novembro, a expedição de Scott progredia com grandes dificuldades. Por não ter meios de tracção adequados, os homens tinham que carregar equipamento pesado num clima inóspito.
No dia 16 de Janeiro de 1912, quando estavam perto do seu objectivo, os cinco britânicos encontraram marcas de trenós. Amundsen tinha-se adiantado a eles!
Ao chegarem ao Polo, um mês depois dos rivais, encontraram uma tenda de campanha coroada com a bandeira norueguesa. "Meu Deus, este lugar é horrível", escreveu o inglês em seu diário.
O retorno dos ingleses foi uma verdadeira via-crúcis, com temperaturas de 42°C abaixo de zero. Muito debilitado, um dos homens morreu. Depois, outro, com os dedos dos pés carcomidos pela gangrena. No meio de uma terrível tempestade de neve, os três sobreviventes ficaram presos na tenda, e morreram congelados e famintos, a menos de 18 km do depósito de alimentos mais próximo. O último registro do diário de Scott datava de 29 de Março.
Amundsen já estava há mais de três semanas na Tasmânia, de onde anunciou a sua façanha ao mundo. Para os noruegueses, que haviam conseguido a independência da Suécia anos antes, ele era um herói nacional.
 Depois do Polo Sul, o Polo Norte
Amundsen chegou finalmente ao Polo Norte em 1926, num dirigível, concretizando o seu sonho. Morreu dois anos mais tarde no seu amado Árctico, num acidente com um hidroavião francês que tinha partido para resgatar o explorador italiano Umberto Nobile, seu rival.
Os corpos do "perdedor magnífico" Scott - herói também no seu país - e dos seus companheiros de equipa foram encontrados em Novembro de 1912.
 Antárctida, a última fronteira
O fascínio pela Antárctida - o continente mais longínquo e inóspito do planeta - não era novo quando Scott e Amundsen começaram a planear as suas viagens. Para as nações europeias, esta era a última fronteira. A grande massa gelada já tinha sido avistada antes, mas foi só no século XIX que se confirmou que a 'terra australis' era um continente.
A Antárctida era um desafio científico, mas também um espaço de afirmação do poder e da capacidade das nações. Foram vários os exploradores que, antes de Scott e Amundsen, fizeram viagens exploratórias com diferentes objectivos - que não necessariamente atingir o Polo Sul. O balanço destas missões foi muitas vezes positivo em termos do conhecimento geográfico e científico, mas as perdas humana era frequentes. Numa época em que os exploradores contavam quase exclusivamente com a sua resistência física e psicológica para enfrentar as condições extremas do meio, sem tecnologia que lhes facilitasse a vida, o frio, o esforço e as dificuldades em garantir alimentos ditaram a sorte de vários exploradores - sendo o caso de Scott e da sua equipa o que mais abalou o mundo.
 Terra de todos, terra de ninguém
O território antárctico não pertence actualmente a nenhum estado, embora haja vários países a reclamar a soberania de partes do continente - reivindicações que não são aceites pela comunidade internacional.
O Tratado da Antártida de 1959, assinado por 12 países, regulamenta o estatuto e o tipo de actividades permitidas no continente: a Antárctida é considerada como reserva ambiental para investigação científica e não são permitidas actividades militares. Alguns protocolos foram sendo assinados de forma a impedir a exploração de recursos naturais. As visitas turísticas são restritas, mas há já preocupações quanto ao impacto que os visitantes podem ter no ecossistema austral.
A presença humana na Antárctida - o único continente sem população humana nativa -  faz-se sentir hoje em dia sobretudo pelos cientistas que trabalham em várias dezenas de estações científicas de diversos países - uma população permanente que oscila entre os 1100 investigadores durante o inverno e os cerca de 4400 no verão. Biólogos, geólogos, meteorologistas e astrónomos, entre outros, levam a cabo estudos que seriam inviáveis em outros locais do planeta. A Antárctida é especialmente adequada aos estudos astronómicos, devido à limpidez da atmosfera, e tem sido um ponto de referência para a monitorização da camada de ozono desde há várias décadas.

Pierre-Henry Deshayes (AFP) e Ana Gomes (SAPO)

domingo, 4 de dezembro de 2011

Copyright outfit pirated music

The Dutch copyright-lobbying outfit Brein is in hot water with a Dutch musician for pirating one of his tunes.

Melchior Rietveldt was commissioned by the Dutch copyright-lobbying group Brein to compose an anthem for an "anti-piracy" video. Brein licensed his work for a single use but it went on to use it in shedloads of anti-piracy ads run at the start of DVDs which hector about the evils of piracy when you have actually bought the product  in the first place.

Rietveldt who has been looking up the RIAA's figures about what piracy costs has decided that the infringement is worth a million euros.  After all his tunes have been on tens of millions of Dutch DVDs. He alerted the local music royalty collecting agency Buma/Stemra and demanded compensation, but to his frustration he heard very little from the outfit.  It seems that when collecting cash for music the outfit is not interested it taking one its own to the cleaners.

But the story gets a little worse. According to Boing Boing, a Buma/Stemra board member Jochem Gerrits contacted the Rietveldt with an interesting proposal. Gerrits offered to help out the composer in his efforts to get paid for his hard work, but the music boss wanted  33 per cent of all the money set to be recouped as a result of his efforts. In otherwords, we know we ripped you off and I want a cut of what you will make back.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Cientistas desvendam profecia maia do “fim do mundo em 2012”

Arqueólogos de diversos países reuniram-se no Estado de Chiapas, uma área com muitas ruínas maias no sul do México, para discutir a teoria apocalíptica de que essa antiga civilização previra o fim do mundo em 2012.
A teoria, amplamente conhecida no país e contada aos visitantes tanto no México como na Guatemala, Belize e outras áreas onde os maias também se estabeleceram, teve sua origem no monumento nº 6 do sítio arqueológico de Tortuguero e num ladrilho com hieróglifos localizado em Comalcalco, ambos centros cerimoniais em Tabasco, no sudeste do país.
O monumento nº 6 do sítio arqueológico de Tortuguero faz alusão a um evento místico que ocorreria no dia 21 de dezembro de 2012, durante o solstício do inverno, quando Bahlam Ajaw, um antigo governante do lugar, se encontra com Bolon Yokte´, um dos deuses que, na mitologia maia, participaram do início da era atual. Até então, as mensagens gravadas em "estelas" (monumentos líticos, feitos num único bloco de pedra, contendo inscrições sobre a história e a mitologia maias) eram interpretadas como uma profecia maia sobre o fim do mundo.
Entretanto, segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História (Inah), uma revisão das estelas pré-hispânicas indica que, na verdade, nessa data de dezembro do ano que vem os maias esperavam simplesmente o regresso de Bolon Yokte´. "(Os maias) nunca disseram que iria haver uma grande tragédia ou o fim do mundo em 2012", afirmou o investigador Rodrigo Liendo, do Instituto de Investigações Antropológicas da Universidade Autônoma do México (Unam). "Essa visão apocalíptica é algo que nos caracteriza, ocidentais. Não é uma filosofia dos maias."
Durante o encontro realizado em Palenque, que abriga uma das mais impressionantes ruínas maias de toda a região, o investigador Sven Gronemeyer, da Universidade Australiana de Trobe, e a sua colega Bárbara Macleod fizeram uma nova interpretação do 6º monumento de Tortuguero. Para eles, os hieróglifos inscritos na estela referem-se à culminação dos 13 baktunes, os ciclos com que os maias mediam o tempo. Cada um deles era composto por 400 anos. "A medição do tempo dos maias era muito completa", explica Gronemeyer. "Eles faziam referência a eventos no futuro e no passado, e há datas que são projetadas para centenas, milhares de anos no futuro", afirma.
A céptica explicação científica e histórica vai de encontro à crença popular no México, um país onde há quem procure adquirir os conhecimentos necessários para sobreviver com o seu próprio cultivo de alimentos no caso de uma catástrofe mundial. Muitos dos que vivem fora procuram regressar ao país porque sentem que precisam de estar em casa em 2012, e há empresas que oferecem espaço em bunkeres subterrâneos, com todas as comodidades.
Afinal, o possível fim do mundo também é negócio. O próprio governo mexicano lançou uma campanha para promover o turismo no sudeste do país, onde estão localizados os sítios arqueológicos maias.

Fonte: http://www.bbc.co.uk

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cientistas testam lentes de contacto que projetam hologramas

Estamos cada vez mais perto de podermos consultar os nossos e-mails através de projecções holográficas realizadas pelas nossas lentes de contacto. Esta tecnologia que poderá ter inúmeras aplicações está ainda em fase de testes mas os cientistas estão optimistas quanto à sua viabilidade.
Uma equipa de investigadores das universidades de Washington, nos Estados Unidos, e de Aalto, na Finlândia, responsáveis pelo desenvolvimento desta lente referem que os primeiros testes não indicaram efeitos secundários.
Estas lentes poderão ser utilizadas em diferentes áreas desde a mobilidade, videojogos e saúde. Poderia ser usada por motoristas para visualizarem mapas através da realidade virtual ou verificar a velocidade do carro projectada no para-brisas. Também poderão revolucionar o mundo dos videojogos ou estar ligadas a biossensores corporais para fornecerem informações bioquímicas como o nível de açúcar no sangue.
Por enquanto, o protótipo ainda precisa de ser aperfeiçoado antes de chegar ao mercado. É necessário adaptar uma fonte segura de energia e utilizar na sua concepção apenas materiais não prejudiciais para o olho. Normalmente, a construção de circuitos eléctricos envolve materiais inorgânicos, altas temperaturas e produtos químicos tóxicos.
Apesar das limitações que a tecnologia ainda apresenta os cientistas expressaram o seu optimismo num artigo publicado na revista científica Journal of Micromechanics and Microengineering.
Babak Praviz, coordenador da equipa de investigação, refere que o grupo já conseguiu adaptar a lente para permitir ao olho humano focalizar um objecto gerado na superfície. Esta é uma grande conquista uma vez que normalmente só conseguimos ver com clareza objectos localizados a vários centímetros de distância. “O próximo passo é acrescentar textos pré-determinados nas lentes de contacto."
Contudo, Praviz indica que a sua equipa não é a única a desenvolver esse tipo de tecnologia. A companhia suíça Sensimed já colocou no mercado lentes de contacto inteligentes que usam tecnologia de informática para monitorizar a pressão intraocular em situações de glaucoma.

Fonte: www.bbc.co.uk